domingo, 29 de maio de 2011

23 a 30 de maio

Proposta de coordenação 23 a 30 de maio
                                                            Fernando Alves

Foi proposta a história Diálogo de todo dia, de Carlos Drummond de Andrade. O texto em si, trabalha com veemência a ideia de conversa e se utiliza de forma constante do sinal de travessão.
Como proposta coloco aqui a seguinte sequência de ações, que como já falei antes, pode ser mudada, refeita, reestruturada, como vier a ser mais conveniente para o professor e a turma.
·         Iniciar com vocabulário – Antes da leitura do texto em si, procurar conhecer as palavras que não são do convívio das crianças. A ideia seria a de não perder o foco da leitura dos meninos quando chega nestas palavras, pois acredito que quando a leitura flui de forma segura e tranquila a tendência dos mesmos é a de uma maior absorção do que for lido.
·         Vamos conversar sobre travessão? – Que tal falar um pouco sobre o sinal de travessão com as crianças? Às vezes você já fez isso no passado- em especial com o trabalho de quadrinhos- mas vale a pena voltar no assunto com um pouco mais de veemência até porque temos alunos que estão chegando agora em muitas salas. Eu coloco aqui em anexo um texto falando de travessão e seus muitos usos como um banco de informação para você.
·         Vamos falar da pessoa fantástica que foi Carlos Drummond de Andrade? Em anexo tem uma biografia deste grande escritor brasileiro. Sempre vale a pena saber sobre ícones como este.
·         É hora de lermos o texto- A criança agora vai ler o texto. Como o mesmo é um tanto extenso proponho duas formas de leitura: A primeira seria dividir o texto em espaços de pelo menos cinco parágrafos. Organizaria a turma em pequenos grupos de forma a montar o texto completo dentro de cada um. A leitura seria feita por cada um sendo ouvido pelo grupo organizadamente e logo depois discutir sobre o mesmo. A segunda seria a leitura completa do texto pelos alunos, só que agora tendo uma visão mais esclarecida do texto já lido em grupo.
·         Quem são os personagens? Não se tem nomes dos personagens, no entanto podemos propor um trabalho investigativo a partir de dados fornecidos no texto: Qual o sexo dos personagens? Onde no texto responde isso? Quais os adjetivos vistos de cada personagem? Do que se trata este texto? E por aí vai...
·         Vamos fazer um reconto diferente? – Que tal de forma coletiva construir um novo texto com os alunos? Neste caso seria um texto com o mesmo tema só que com apenas 12 falas (mais para frente digo por que 12). Os alunos vão expondo as ideias (falas) e o professor registra no quadro. Logo após a leitura em grupo os mesmos poderão fazer os devidos registros no caderno.
·         Após a cópia, que tal transformar o texto feito em grupo em historia em quadrinhos? Na folha branca ou do caderno fazer seis quadros onde em cada um veremos os dois personagens conversando ( por isso as 12 falas). Seria um momento bacana para refletir novamente sobre o uso do travessão.



Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha, sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e, sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.

Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.


Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

O Travessão

Dos sinais de pontuação, o travessão é uma dos mais requisitados atualmente, pelo fato de proporcionar mais clareza do que as vírgulas nas intercalações longas e maior ênfase nos destaques. Travessões substituem e são substituíveis por dois-pontos, parênteses ou duas vírgulas, dependendo do caso. Orientações de uso:
I — Emprega-se um só travessão:
  • para indicar mudança de interlocutor nos diálogos:
— O jogo foi ótimo, disse Florentino.
  • para ligar grupos de palavras que não formem um substantivo composto, do tipo "no eixo Rio—São Paulo", "no sentido norte—sul" ;
  • para destacar (no final do período) uma explicação, esclarecimento, síntese, consequência ou conclusão do que foi enunciado:
    • Durante três semanas não mostraram indícios da doença, mas agora estão infectados — sinal de que a vacina não sensibilizou o suficiente o sistema imunológico.
    • Vive tempos pouco felizes a Justiça brasileira — menos por responsabilidade de quem aplica as leis, mais por conta daqueles que as formulam.
    • Dialogar com ele é como jogar uma bola contra a parede — ela volta contra a gente.
    • Precisamos definir as responsabilidades individuais, as coletivas e as responsabilidades das agências formadoras — as instituições educacionais.
Observe que o travessão tem a virtude da síntese, pois pode substituir expressões explicativas como isto é, ou seja e similares. Veja, por exemplo, como fica a última frase sem o travessão: Precisamos definir as responsabilidades individuais, as coletivas e as responsabilidades das agências formadoras, quais sejam, as instituições educacionais.
II - Emprega-se o travessão duplo:
  • para isolar orações intercaladas, assinalar (no meio do período) uma reflexão ou esclarecimento, um comentário à margem, ou para destacar, enfaticamente, uma palavra ou frase num contexto:
    • Um dos programas — monótono — foi sobre a merenda escolar.
    • Em 83 e 84 — como todos se recordam — houve grandes enchentes em Santa Catarina.
    • O empréstimo também sofreu o atropelamento — compreensível, eu entendo — do tal plano.
    • É importante dizer que a preocupação — aliás meritória — é com a qualificação do produtor.
    • As igrejas florentinas, inclusive a catedral — duomo — Santa Maria del Fiore, ecoam alguma coisa de San Miniato, o que é muito natural, porque não houve arquiteto entre os grandes que fizeram Florença — Arnolfo di Cambio, Brunelleschi, Alberti, Michelozzo — que conseguisse escapar à forte influência daquela obra-prima.
Quando a interrupção é muito longa, dentro da qual já existam vírgulas, prefere-se usar o travessão duplo. A frase acima é exemplo disso. Também numa enumeração explicativa os travessões darão a clareza que as vírgulas não propiciam, como se constata abaixo:
  • O movimento geral das disciplinas de comunicação — informática, marketing, design, publicidade — apoderou-se da palavra conceito e a transformou em mercadoria.
  • É preciso que os três elos dessa corrente — governo, funcionários e população — estejam unidos na campanha.
O travessão pode aparecer antes da vírgula, sem eliminá-la. Isso ocorre quando a intercalação com travessão duplo é colocada dentro de uma intercalação entre vírgulas [ex. 1] ou quando a vírgula é usada para separar uma oração subordinada [ex. 2]. Observemos as mesma frase com parênteses e com travessões:
1) Temos no Tesouro, durante os meses de verão (os meses de safra), valores mais elevados.
Temos no Tesouro, durante os meses de verão — os meses de safra —, valores mais elevados.
2) Junto com o teatro que resgata a linguagem erudita brasileira (o do Movimento Armorial de Ariano Suassuna), nossa dramaturgia se sustenta desse modo.
Junto com o teatro que resgata a linguagem erudita brasileira — o do Movimento Armorial de Ariano Suassuna —, nossa dramaturgia se sustenta desse modo.

Um texto trabalhando os sinais de pontuação falado pelos próprios sinais
Aqui vai uma dica de um texto que já trabalhei no passado que pode vir a ajudar o trabalho.
Pontos de Vista
Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português quando estourou a discussão.
— Esta história já começou com um erro — disse a Vírgula.
— Ora, por quê? — perguntou o Ponto de Interrogação.
— Deveriam me colocar antes da palavra "quando" — respondeu a Vírgula.
— Concordo! — disse o Ponto de Exclamação. — O certo seria:
"Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português, quando estourou a discussão".
— Viram como eu sou importante? — disse a Vírgula.
E eu também — comentou o Travessão. — Eu logo apareci para o leitor saber que você estava falando.
— E nós? — protestaram as Aspas. — Somos tão importantes quanto vocês. Tanto que, para chamar a atenção, já nos puseram duas vezes neste diálogo.
— O mesmo digo eu — comentou o Dois-Pontos. — Apareço sempre antes das Aspas e do Travessão.
— Estamos todos a serviço da boa escrita! — disse o Ponto de Exclamação. — Nossa missão é dar clareza aos textos. Se não nos colocarem corretamente, vira uma confusão como agora!
— Às vezes podemos alterar todo o sentido de uma frase — disseram as Reticências. — Ou dar margem para outras interpretações...
— É verdade — disse o Ponto. — Uma pontuação errada muda tudo.
— Se eu aparecer depois da frase "a guerra começou" — disse o Ponto de Interrogação — é apenas uma pergunta, certo?
— Mas se eu aparecer no seu lugar — disse o Ponto de Exclamação — é uma certeza: "A guerra começou!"
— Olha nós aí de novo — disseram as Aspas.
— Pois eu estou presente desde o comecinho — disse o Travessão.
— Tem hora em que, para evitar conflitos, não basta um Ponto, nem uma Vírgula, é preciso os dois — disse o Ponto e Vírgula. — E aí entro eu.
— O melhor mesmo é nos chamarem para trazer paz — disse a Vírgula.
— Então, que nos usem direito! — disse o Ponto Final. E pôs fim à discussão.

Conto de João Anzanello Carrascoza, ilustrado por Will


Matemática


                Foi proposto para a semana anterior o inicio do trabalho em multiplicação. Aqui coloco algumas historias matemáticas que trabalham isso que pode ser passado no quadro e feito um trabalho dublo, de interpretação e raciocínio logico matemático. Tratam-se problemas bem simples, no entanto tem a função de iniciar bem o processo dentro da construção e apropriação das regras da multiplicação.


1.      Numa caixa há 5 chocolates. Quantos chocolates haverá em 3 caixas iguais a essa? ( 15 )
2.      Carlinhos ganhou um aquário com 5 peixinhos. Quantos peixinhos teria Carlinhos se ganhasse 4 aquários iguais a esse? ( 20 )
3.      Paulinho tem 8 carrinhos. Renato tem 2 vezes a quantidade de carrinhos de Paulinho. Quantos carrinhos tem Renato? ( 16 )
4.      Vovó tem 3 jarros. Em cada um deles ela colocou 6 rosas. Quantas rosas vovó colocou bos jarros? ( 18 )
5.      Numa sala de aula há 4 filas de carteiras com 6 carteiras cada fila. Quantas carteiras há na sala de aula? ( 24 ) [
6.      Em uma caixa há 6 lápis. Quantos lápis há em 2 caixas iguais a essa? ( 12 )
7.      Junior comprou 5 pacotes de revistinhas. Em cada pacote há 2 revistinhas. Quantas revistinhas Junior comprou? ( 10 )
8.      Patrícia recebeu 4 caixinhas com 4 chocolates em cada uma delas . Quantos chocolates patrícia recebeu? ( 16 )
9.      Pedrinho tem 9 anos. Paulinho tem 2 vezes a idade de Pedrinho. Quantos anos tem Paulinho? ( 18)
10.  Em uma caixa cabem 8 maçãs. Quantas maçãs caberão em 2 caixas iguais a essa? ( 16) 

Seria legal também trabalhar com termos como : duplo e triplo .

Geografia

Proponho as paginas 55 a 58

Ciências
Proponho as paginas 75 a 78 


Diálogo de todo dia



- Alô, quem fala?
- Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.
- Mas eu preciso saber com quem estou falando.
- E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.
- Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?
- Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.
- Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é quem está no aparelho.
- Ah, sim. No aparelho não está ninguém.
- Como não está, se você está me respondendo?
- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
- Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?
- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.
- Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.
- Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não conhece o outro.
- Se eu conhecesse não estava perguntando.
- Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.
- Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer outras pessoas.
- Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.
- Estou respondendo.
- Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?
- Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar esta informação a um desconhecido?
- Bolas!
- Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com quem deseja falar, para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui, mora ou não mora neste endereço? Vamos, diga de uma vez por todas: com quem deseja falar?
…Silêncio.
- Vamos, diga: com quem deseja falar?
- Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci. Tchau!


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